Minha família sempre valorizou a estabilidade financeira como um sinônimo de emprego público.
Cresci vendo meu pai enfatizar que essa era a única forma segura de viver com tranquilidade, tanto que minha irmã trilhou esse caminho e hoje é Juíza Federal. Eu, por outro lado, escolhi remar contra essa maré.
Enquanto ela seguia o roteiro tradicional, eu me via fascinada por algo que meu pai nunca considerou seguro: a iniciativa privada. Foi aí que a “vilã” da família começou a tomar forma.
Escolhi um caminho que parecia menos estável, mas sempre fez sentido para mim. O que me movia era a paixão por interagir com pessoas, pelo desafio de vendas e pela emoção de fazer as coisas acontecerem. Não era uma questão de rebeldia, mas de vocação.
Me lembro de cada vez que ouvi: “Por que você não tenta um concurso público como sua irmã?”
Mas o que nunca entenderam foi que minha motivação ia além de um contracheque estável. Para mim, não há sensação melhor do que ver os frutos do meu trabalho gerando impacto, crescendo e, principalmente, fazendo sentido para mim como pessoa.
A transição para o digital
Minha jornada no setor comercial começou naturalmente porque eu sempre adorei networking, servir e vender.
Trabalhei por muitos anos na hotelaria, em especial na Rede Sheraton, onde passei dez anos me dedicando intensamente.
Eu estava no auge da minha carreira como gerente de eventos, mas a pandemia foi um balde de água fria.
Eu estava em Lisboa, em um país novo, onde o turismo simplesmente parou de existir.
Fui demitida, e, de repente, me vi num verdadeiro caos: sem emprego, num lugar novo, com minha família dependendo de mim.
Meu filho, Pedro, deixou os amigos no Brasil, e meu marido, Flávio, largou o emprego para me acompanhar nessa mudança.
Foto: Arquivo pessoal.
Virando o jogo em meio ao caos
Sabe aquele momento em que você sente que o chão sumiu?
Foi assim que me senti. Mas uma coisa que sempre fez parte de quem eu sou é a capacidade de dar a volta por cima.
Eu me permito chorar, sim, mas só por 48 horas!
Depois disso, sacudo a poeira, busco soluções e sigo em frente.
Foi exatamente o que fiz.
Nesse momento de incerteza, uma amiga minha me disse:
“Chris, você gosta tanto de marketing, por que não faz o curso da Anatex comigo?”.
E assim começou a minha jornada no digital, com uma mentoria que mudou completamente a minha vida.
Foto: Arquivo pessoal.
Começar no digital: os altos e baixos
O começo no marketing digital foi cheio de altos e baixos.
Já pensei em desistir, como qualquer empreendedor.
Houve um tempo em que perdi vários clientes de uma vez, mas, em vez de desanimar, fui atrás de novos.
Foi difícil, mas aprendi muito nessa fase.
Eu comecei fazendo gestão de Instagram, mas, aos poucos, fui expandindo para coprodução de lançamentos e criei o que hoje é a agência 360 graus chamada Mídiaverso.
Foto: Divulgação.
Escalando do caos para o sucesso
No início, eu faturava no máximo 5 mil por mês, e era só isso, porque eu não tinha “braços” suficientes para atender mais clientes.
Era só eu e um monte de responsabilidades: criar calendários editoriais, fazer copies incríveis, desenvolver designs que chamassem atenção (porque, vamos combinar, o brasileiro é visual!), prospectar clientes, cuidar da parte financeira, da casa, da família, e ainda estudar!
Acredite, era o CAOS!
Eu estava esgotada, num nível de estresse gigante, e percebi que, assim, não ia conseguir escalar nada.
Eu não tinha capacidade física ou mental para atender mais ninguém.
Foi aí que eu decidi colocar ordem no caos.
Entendi que a verdadeira paz não está em ter tudo sob controle, mas sim em encontrar equilíbrio mesmo quando as coisas parecem fora de lugar.
Foi assim que desenhei os processos que hoje sustentam o hub Mídiaverso.
Saí de uma “eugência” (onde tudo dependia só de mim) e criei uma agência com uma equipe unida, focada na prosperidade dos nossos clientes.
Foto: Arquivo pessoal.
Conquistas pelo caminho
E sabe qual foi a minha primeira grande conquista? Comprei meu primeiro Mac com o lucro da agência.
Foto: Arquivo pessoal.
Pode parecer só um objeto, mas para mim foi um símbolo de que o trabalho estava dando certo e que eu tinha conseguido me reinventar.
Hoje, tenho uma equipe incrível ao meu lado, e juntos fazemos o Mídiaverso acontecer.
Atendemos clientes de diversas áreas, e nossa missão é sempre a mesma: gerar resultados reais e transformar negócios.
Sinto um orgulho imenso quando um cliente nos diz que mudamos o rumo da empresa dele. E é isso que me faz continuar.
Foto: Arquivo pessoal.
O caminho das pedras: aprenda com meus erros
Mas quero ser honesta com você: essa jornada não foi fácil.
Estou aqui para te passar o caminho das pedras e evitar que você passe pelas mesmas dificuldades que eu passei.
Hoje, sei que não precisamos fazer tudo sozinhos. Delegar e montar uma equipe que compartilha seus valores e metas é essencial para o crescimento de qualquer negócio.
Se tem algo que aprendi, é que a gente precisa ser resiliente, mas também inteligente na forma de trabalhar.
Não adianta só trabalhar duro, é preciso trabalhar com estratégia, e foi isso que mudou o meu jogo.
Hoje, o Mídiaverso é uma agência 360 graus, que fatura cinco dígitos mensais, e que funciona praticamente sem mim.
Isso foi possível porque eu aprendi a colocar processos, a escalar o que eu fazia, e a confiar no meu time.
Um pouco mais sobre mim: além do trabalho
Ah, e falando um pouco de mim fora do trabalho, preciso confessar que sou apaixonada por séries.
Uma das minhas favoritas é “Breaking Bad” (ou “Chutando o Balde”, como preferir).
Adoro como a série mostra o processo de reinvenção do protagonista – algo com o qual me identifico bastante.
Também amo música, livros, vinhos, chocolate, chá e café – e olha que não passo um dia sem um bom café!
Foto: Arquivo pessoal.
Foto: Arquivo pessoal.
Foto: Arquivo pessoal.
Além disso, a música (com uma leve preferência pelo pop rock) é minha companhia constante. Rock in Rio é parada obrigatória, e não perco um show em Lisboa!
Foto: Arquivo pessoal.
E viajar? Ah, essa é outra paixão! Meus destinos favoritos incluem o Algarve, Londres, Paris, Espanha e Suíça.
Foto: Arquivo pessoal.
Mas nada, absolutamente nada, supera os momentos que passo com a minha família. Eles são minha base, minha fortaleza.
Tudo o que eu faço, é por eles e para eles!
Nunca desista, reinvente-se!
Se tem algo que posso te dizer para encerrar, é isso: não importa os perrengues que você vai enfrentar, não desista.
Foto: Divulgação.
Reinvente-se, encontre soluções e confie no processo.
O sucesso não é uma linha reta, mas acredite, ele vem para quem arregaça as mangas e faz acontecer.