Nos últimos dias, redescobri uma plataforma de streaming que foge do óbvio. Enquanto a maioria das plataformas segue um padrão previsível de produções, a Brasil Paralelo se propõe a ser a nova “Netflix do Brasil”, mas com um propósito completamente diferente.
Diferente de outras produtoras, a Brasil Paralelo não depende de verba pública ou de grandes patrocinadores que ditam o que pode ou não ser feito.
Todas as produções são financiadas pelos próprios assinantes, o que garante liberdade editorial e um compromisso direto com seu público. A proposta? Resgatar valores, ideias e sentimentos que andam esquecidos.
Brasil Paralelo: de documentários à ficção
A Brasil Paralelo começou com documentários que revisitam a história do Brasil e do mundo sob novas perspectivas. Mas, nos últimos anos, a plataforma decidiu dar um passo ainda maior: investir no cinema de ficção.
E um dos filmes mais recentes do catálogo chamou minha atenção: Oficina do Diabo.
“Cabeça vazia, oficina do diabo” – o conceito por trás do filme
Você já ouviu aquela famosa frase: “cabeça vazia, oficina do diabo”?
O filme gira exatamente em torno dessa ideia, mas contado de um jeito diferente. Dessa vez, a narrativa não é pelo olhar da vítima, mas pelo próprio inimigo.
É como se o espectador pudesse espiar os bastidores de uma guerra invisível – a luta pelo controle da mente e das escolhas humanas.
As influências por trás do roteiro
O filme é inspirado em grandes clássicos da filosofia e da teologia, com destaque para “Cartas de um Diabo a seu Aprendiz”, de C.S. Lewis, o mesmo autor de As Crônicas de Nárnia.
Mas a profundidade da história não para por aí. Segundo a Brasil Paralelo, o roteiro foi construído com base em oito livros fundamentais, incluindo:
- Cartas de um Diabo a seu Aprendiz – C.S. Lewis
- O Anticristo – Friedrich Nietzsche
- O Homem Eterno – G.K. Chesterton
- Sermões – Padre Antônio Vieira
- A Vocação Religiosa – Santo Afonso Maria de Ligório
- Parerga e Paralipomena – Arthur Schopenhauer
- Noite Escura da Alma – São João da Cruz
- A Bíblia
Ou seja, não é um roteiro qualquer, mas uma história cuidadosamente construída para provocar reflexões profundas.
O protagonista e a jornada da tentação
O enredo acompanha Pedro, um músico talentoso, mas sem direção. Depois de fracassar na cidade grande, ele volta para o interior sem rumo. Com a vida fora de controle, ele se torna um alvo fácil para os demônios – e é aí que a história realmente começa.
A tentação não chega como um monstro
Um dos pontos mais interessantes do filme é como ele retrata a tentação. O perigo não está nas grandes decisões, mas nas pequenas concessões do dia a dia.
A tentação não se apresenta como algo assustador. Pelo contrário:
- Ela se disfarça de oportunidade.
- De prazer inofensivo.
- De “só dessa vez”.
E quando a pessoa percebe, já perdeu o controle.
Um filme ou um alerta?
“Oficina do Diabo” não é apenas um filme. É um lembrete.
Ou assumimos o controle da nossa vida, ou alguém assume por nós.
E você? Quem tem comandado suas escolhas?
Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião sobre esse tema. Você já assistiu ao filme? Se sim, o que achou?
Por: Christiane Oliveira.